Welson Alves
O que aprendi com o Programa de Embaixadores Choice 2.0?
Ano passado, durante um dos intervalos da imersão da turma #2 do Programa de Embaixadores Choice 2.0 edição São Paulo, um dos participantes veio até mim e perguntou:

“Cara, qual é a mágica que vocês usam pra gente se conectar tanto em tão pouco tempo? Parece que eu conheço essa galera há anos”.
Pensei sobre a pergunta dele por alguns instantes, fazendo um esforço mental para encontrar uma resposta lógica.
Sem sucesso.
Manifestei minha desistência num levantar de ombros e ficamos ali, rindo juntos.
Eu também senti essa mágica quando passei pelo Programa lá atrás e tenho certeza que a grande maioria nesses 6 anos de Choice também sentiu.
E mesmo agora estando do lado de cá do processo, quando penso nessa pergunta, não consigo chegar a uma resposta convincente nem mesmo pra mim.
E afirmar com 100% de certeza sobre as causas que fazem essa “mágica” acontecer seria algo reducionista e até pretensioso da minha parte.
Mas depois de vivenciar esse processo algumas vezes no Programa, tenho algumas hipóteses que queria compartilhar com vocês.
1 — Espaço de confiança
Desde pequenos, somos ensinados pelos nossos pais a não confiar em pessoas desconhecidas. Ouvimos que o mundo é dos mais espertos e a regra do jogo é olho por olho e dente por dente.
Entramos na escola e esse modelo mental é reforçado, já que agora ao menor sinal de vulnerabilidade seremos julgados e então vamos nos fechando pro mundo dentro das nossas couraças.
E segue assim na universidade, no trabalho e nos nossos ambientes familiares. Aprendemos a estar o tempo todo alertas, moldados a não confiar e a sempre tomar uma posição de defesa com relação ao outro.
Por isso, quando nos vemos diante de um grupo novo de pessoas, nosso primeiro instinto é ativar o sistema límbico, responsável pela nossa sobrevivência. E não que isso seja ruim, é importante estarmos atentos. Mas acessar esse comportamento como o padrão pode ser muito desgastante e já estamos cansados.
No Programa de Embaixadores 2.0, a primeira coisa que nos propomos a fazer é desconstruir esse modelo mental tão arraigado em nós.
Mostrar que este pode ser um espaço seguro e que só efetivamente será quando todos e todas ali se sentirem confortáveis para ser quem são e se colocarem disponíveis.
O mais curioso pra mim, é observar como a postura corporal das pessoas vai mudando ao longo do processo, saindo da tensão e indo pro relaxamento.
2 — Pertencimento e reconhecimento genuíno
Nós, seres humanos, somos essencialmente sociais e por isso, sentimos a necessidade de pertencer. E para isso é muito importante estar com pessoas que compartilham de um mesmo propósito.
Talvez aqui haja espaço para uma diferenciação importante: compartilhar um mesmo propósito e não um mesmo objetivo.
Objetivo é algo que compartilhamos no nosso trabalho, por exemplo, afinal todos precisam ter clareza de onde estão querendo chegar, pra que a empresa prospere e por isso, é algo que está fora de nós.
Com propósito, eu me refiro a algo inerente a nós. Algo que simplesmente é, antes mesmo de eu saber ou conseguir dar nome.
Pensemos em um bebê recém nascido e a sua mãe, por exemplo. O bebê e a mãe compartilham do mesmo propósito, o de fortalecerem vínculos e ficarem juntos, mesmo que o bebê ainda não tenha consciência disso.
No Programa de Embaixadores 2.0, cada um está ali em busca de um objetivo próprio e seu. Cada um traz uma história diferente, um repertório. Mas quando essas pessoas começam a interagir, elas se reconhecem na história e na busca do outro e se sentem parte, porque entendem que compartilham do mesmo propósito.
3 — Ferramentas e o seu próprio mapa do caminho
Não é fácil chegar a conclusão de que o modelo “convencional” de carreira ou a noção de realização no trabalho, que nos dizem a vida toda que devemos seguir, não é o que realmente queremos.
Para além disso, olhamos à nossa volta e vemos o quão urgente é a necessidade de ação para a mudança. Nesse despertar, sentimos que não podemos nos isentar de contribuir para viver em uma sociedade mais justa e igualitária.
Quando chegamos a essa conclusão, nos sentimos em um beco sem saída. Eu sei que esse modelo não serve mais pra mim, que não é esse o caminho que quero seguir, mas então qual é o caminho que eu quero?
Como eu posso construir a minha própria narrativa e me colocar a serviço?
No Programa, não mostramos qual é esse caminho e muito menos damos as respostas, afinal não existe só uma resposta.
Então, cada pessoa tem a oportunidade de construir o seu próprio mapa, em busca de uma carreira com propósito e impacto social positivo.
Mostramos quais são as ferramentas, as habilidades e competências que precisam ser desenvolvidas para que cada um possa direcionar a sua jornada e empreender mudanças positivas no mundo.
4 — Hub de pessoas incríveis
Minha última hipótese é que o Programa de Embaixadores representa um hub, um ponto de atração, que canaliza esse novo mundo que lá no fundo sabemos que é possível.
E ao se propor a materializar — mesmo que no microcosmos — esse novo mundo, vamos atraindo pessoas incríveis que realmente acreditam nisso e que querem se dar a chance de viver isso na prática.
No fim, a “mágica” sempre acontece.
Ficou curioso? Espero que tenha se inscrito pra Turma #3 do Programa. Os aprovados serão anunciados no dia 06 de abril.
Seguimos.